Há
muito que todos conhecemos os efeitos positivos dos livros e das
historias na vida das crianças e de todos nós.
A
minha experiência, enquanto mãe de duas crianças e de aprendiz de
pedagogia, mostrou-me que tudo o que se diz sobre os efeitos de ler
para as crianças é verdade.
O
João, o meu filho com dravet e a Beatriz, a filha sem dravet, adoram
livros e historias. Estou convencida que o seu vocabulário, a
capacidade de ler o mundo, de se expressar, o seu imaginário, foram
moldados por elas.
Aproveitando
uma informação que a Biblioteca Municipal de Beja divulgou no
facebook deixo aqui um conjunto de dicas para contar historias aos
nossos filhos.
1.
Escolher bem as historias
Se
eles escolhem optimo, se assim não for, optar por um tema que lhes
diga algo. Quando são pequenos podemos optar por historias com
animais, com frases curtas, rimas, sons, cantigas. Quando o João era
muito pequeno começamos a perceber que ele já tinha decorado as
historias que lhe líamos porque, quando parava a historia ele dizia
a palavra seguinte.
À
medida que crescem podemos deixar os gostos deles guiarem-nos.
Notas:
-
E não vale começar a imaginar que lá porque têm défice cognitivo não percebem, ou não gostam de historias e de livros.
-
Perguntem aos terapeutas da fala dos vossos filhos se isto não é assim.
2.
Fazê-los participar
Dar
aos ouvintes a oportunidade de participar na leitura da historia é
fácil: um chapéu, uns óculos, uma varinha de condão, um
instrumento para fazer um certo som, imitar um carro que passa, bater
à porta, etc.
Quando
são muito pequenos pode começar de forma simples (imitar o som do
cão a ladrar), à medida que vão crescendo ou desenvolvendo o
discurso podem completar as frases, dizer a deixa de uma personagem,
recontar partes ou a totalidade da historia.
Notas:
-
Os contadores de historias dizem-nos sempre que a identificação emocional com as historias é que as tornam especiais. Por isso o ritmo, os gestos, a imitação das vozes, alguma teatralização ajudam muito.
-
Uma das estratégias usadas no trabalho de terapia da fala com o João inclui recontar partes de historias, uma parte do dia, da actividade realizada, etc. Estamos assim a mobilizar vocabulário, a organização sequencial no tempo e a memoria.
-
Se a criança/jovem não fala (discurso verbal) é possível organizar elementos físicos que a ajudem a dar a sua versão da historia e/ou dos acontecimentos. Uma boneca de pano com uma capa vermelha ajuda a explicitar a historia do capuchinho vermelho.
O
efeito mais positivo é, contudo, o reforço do vínculo entre quem
conta (sejamos nós os pais ou qualquer outra pessoa que o faça) e
quem ouve.
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