As crianças e jovens com Dravet apresentam dificuldades nas competências visuoespaciais que, por sua vez, afectam a aprendizagem.
No que diz respeito à aprendizagem da matemática é bem conhecida a relação entre números e espaço pois tendemos a representa-los mentalmente numa linha recta orientada da esquerda para a direita (o que vulgarmente se conhece por intuição numérica).
As dificuldades visuoespaciais podem incluir: dificuldade em diferenciar a figura do fundo, orientação espacial, uso da memoria visuo-espacial e de imagens visuais mentais necessárias por exemplo para distinguir números semelhantes (como o 6 e o 9).
voar com Dravet
As borboletas não são todas iguais. Algumas precisam de ajuda extra para voar. Aqui se vislumbram algumas manobras desse voo gracioso.
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segunda-feira, 22 de maio de 2017
sábado, 20 de maio de 2017
Linguagem e epilepsia
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Linguagem e epilepsia
Os efeitos da epilepsia, das crises convulsivas e das descargas eletroencefalográficas sobre a linguagem têm sido discutidos em diversos estudos. Pode-se dizer que três são os distúrbios mais relatados em pacientes epilépticos: as disfasias do desenvolvimento associadas a epilepsia; as afasias críticas (agudas), onde ocorre uma alteração transitória da função cognitiva; e a afasia epiléptica adquirida (síndrome de Landau-Kleffner)14,15. A afasia epiléptica adquirida é caracterizada pela deteriorização da linguagem na infância associada a crises ou atividade eletroencefalográfica epileptiforme anormal. Esse tipo de afasia muitas vezes é confundido com síndrome autística ou deficiência auditiva. Além da deteriorização da linguagem e da agnosia auditiva, observam-se alterações de comportamento, incluindo traços autistas. Por isso, devemos estar atentos a qualquer criança que apresente regressão de linguagem, devendo esta ser avaliada cuidadosamente (para que seja feito um diagnóstico diferencial) e encaminhada para o tratamento adequado16-18.
(...)
quinta-feira, 9 de março de 2017
Integração Sensorial Oral
Define-se
integração sensorial como a organização da informação sensorial de acordo com a sua
utilização. Os sentidos transmitem ao cérebro informações sobre as condições
físicas do próprio corpo e do ambiente em redor. As alterações de integração
sensorial influenciam o desenvolvimento normal da criança e podem causar
alterações tanto a nível da modulação da atividade vestibular como, também,
influenciar o aparelho digestivo.
Algumas
doenças neurológicas apresentam uma hipersensibilidade aos
estímulos sensoriais, tais como estimulação visual, assim como a cheiros
particulares e texturas. Estes
comportamentos incomuns podem ser persistentes e afetar as interações sociais,
nomeadamente, causar uma alimentação restrita e ritualizada. A alimentação torna-se uma das áreas de atividade
da vida diária que pode ser afetada negativamente devido a défices sensoriais.
O
sistema sensorial táctil da cabeça e da face é anatomicamente diferente do
sistema do resto do corpo, e assim as reações defensivas correlacionadas com a
cabeça podem ser mais graves do que as do restante corpo
Como
tal, a boca é uma das estruturas que contém mais recetores sensoriais que
ajudam a identificar as texturas, as formas, a temperatura e sabor dos
alimentos de forma a orientar o processo de alimentação.
As
crianças com alterações de integração sensorial apresentam reações negativas ao
toque ou a estímulos tácteis, odores, sons ou luzes e o mesmo pode ocorrer ao
nível da cavidade oral, aumentando a defesa sensorial táctil oral em relação
aos alimentos.
Destas
alterações verifica-se o desenvolvimento de uma defesa oral que é definida como
uma forma de evitar determinadas texturas alimentares, e evitar atividades que envolvem
a cavidade oral, como por exemplo, lavar os dentes. A defesa oral pode fazer
parte de um grande problema no input sensorial, o qual pode assumir diferentes formas e
acarretar enumeras consequências, levando a uma insuficiência nutricional, mais preocupante
será, ainda, se os tipos e variedades de alimentos forem, também, restritos.
Isso faz da seletividade alimentar um risco potencial para a saúde.
Quando
as crianças evitam comer uma determinada variedade de alimentos pode significar
uma reação sensorial negativa às diferentes texturas dentro ou em torno da boca.
Os pais de crianças com estas alterações
frequentemente referem que seus os filhos são altamente seletivos, com um repertório muito restritos na aceitação de alimentos. “Exigentes com a
comida”, também referidos como seletivos
nos alimentos, é um problema
considerável uma vez que pode ser
associado a uma nutrição inadequada, como
resultado desta restrição alimentar.
O que fazer para melhorar?
Cada caso é um caso e nada melhor do
que consultar o Terapeuta da Fala.
Inês Gois
Terapeuta da Fala
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Motricidade Orofacial
A Motricidade Orofacial é uma das áreas avaliadas pelo Terapeuta da Fala.
Quando falamos em Motricidade Orofacial referimo-nos à prevenção, avaliação, diagnóstico e intervenção dos aspectos estruturais e funcionais da região orofacial, ou seja, da face, lábios, língua, palato e dentição.
Estas alterações anatómicas e/ou funcionais do sistema sensório motor oral pode, afectar diretamente a fala e outras funções orais, como a mastigação e a deglutição.
O Terapeuta da Fala tem como objetivo adequar o padrão de movimentação dos músculos e das estruturas envolvidas na respiração, mastigação, deglutição e articulação dos sons da fala, através de exercícios funcionais.
Estas alterações anatómicas e/ou funcionais do sistema sensório motor oral pode, afectar diretamente a fala e outras funções orais, como a mastigação e a deglutição.
O Terapeuta da Fala tem como objetivo adequar o padrão de movimentação dos músculos e das estruturas envolvidas na respiração, mastigação, deglutição e articulação dos sons da fala, através de exercícios funcionais.
O que muitas vezes verificamos numa criança com Síndrome de Dravet é alguma hipotonia (redução do tónus muscular) das estruturas referidas anteriormente. Os nossos músculos nunca estão completamente relaxados, existe sempre algum grau de tensão e rigidez que se traduz numa resistência ao movimento, como tal, em casos de hipotonia verifica-se uma ausência dessa resistência.
Muitos dos casos de hipotonia resultam de uma interrupção dos sinais cerebrais transmitidos aos músculos. Aquando temos um quadro convulsivo esta transmissão fica afetada, assim como, algumas das áreas do cérebro responsáveis pelo tónus das estruturas oroafaciais.
Muitos dos casos de hipotonia resultam de uma interrupção dos sinais cerebrais transmitidos aos músculos. Aquando temos um quadro convulsivo esta transmissão fica afetada, assim como, algumas das áreas do cérebro responsáveis pelo tónus das estruturas oroafaciais.
Estas alterações fazem com que encontremos crianças respiradores orais (respiram pela boca), crianças com excesso de saliva (acumulação de saliva nas comissuras labiais ou com escape), crianças com alterações na mastigação e deglutição e crianças com alterações na fala.
A terapia miofuncional vai trabalhar as habilidades orais necessárias para o desenvolvimento adequado da fala e da alimentação. Estas habilidades incluem: consciência, força, coordenação e resistência dos lábios, bochechas, língua e mandíbula.
Alguns exercícios são fáceis e práticos de executar e nada como incorporá-los na rotina diária sempre que há tempo. Praticá-los no caminho para a escola, enquanto vemos televisão... torná-los num jogo em que todos se divertem é o principal!
Beber por palhinhas divertidas, soprar numa flauta, fazer bolinhas de sabão ou simplesmente soprar papelinhos, são atividades fáceis e simples que auxiliam e ajudam na manutenção das estruturas.
Mas atenção, estes exercícios não devem substituir a intervenção terapêutica.
É melhor consultar um Terapeuta da Fala que avalie a situação e oriente nesse processo.
domingo, 18 de dezembro de 2016
o caderno dos trabalhos de casa
Entre os vários cadernos escolares há o dos trabalhos de casa, que anda na mochila.
Independentemente de se concordar ou não com trabalhos de casa este caderno cumpre uma função muito importantes para as crianças e jovens com Dravet e as suas famílias: é uma maneira de acompanhar as aprendizagens e de comunicar com o(s) professores e técnicos que acompanham o aluno(a).
Independentemente de se concordar ou não com trabalhos de casa este caderno cumpre uma função muito importantes para as crianças e jovens com Dravet e as suas famílias: é uma maneira de acompanhar as aprendizagens e de comunicar com o(s) professores e técnicos que acompanham o aluno(a).
sábado, 10 de dezembro de 2016
Ajudar a fazer a síntese: mediar para ajudar
A certa altura começam a ser equacionadas as diferentes intervenções terapêuticas e outras, nas crianças com Dravet. Sucedem-se a fisioterapia, a terapia da fala, a terapia ocupacional, a psicomotricidade entre muitas outras. A quantidade de pessoas diferentes que intervem na vida das crianças pode ser realmente significativa. É por isso de fundamental importância que exista um adulto, devidamente capacitado, que faça a integração dos vários aspectos que são trabalhados: motores, cognitivos, relacionais, comunicação....
Trata-se de uma tarefa exigente, que implica um acompanhamento informado de todos os objectivos e estrategias desenhados para a intervenção com a criança mas, mais do que isso, que assegure a correcta partilha de informação importante entre todos e que se assegure que a criança vai integrando e percebendo os estímulos que lhe são destinados.
Esta importante tarefa fica, por vezes, nas mãos do educador ou do professor.
Porém ninguém sabe mais sobre uma criança Dravet do que os seus pais, nenhum técnico ou professor estará com ela durante tanto tempo como os seus pais e, é por isso, que devem ser os pais a assumir este papel.
Trata-se de uma tarefa exigente, que implica um acompanhamento informado de todos os objectivos e estrategias desenhados para a intervenção com a criança mas, mais do que isso, que assegure a correcta partilha de informação importante entre todos e que se assegure que a criança vai integrando e percebendo os estímulos que lhe são destinados.
Esta importante tarefa fica, por vezes, nas mãos do educador ou do professor.
Porém ninguém sabe mais sobre uma criança Dravet do que os seus pais, nenhum técnico ou professor estará com ela durante tanto tempo como os seus pais e, é por isso, que devem ser os pais a assumir este papel.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Recursos/ Horários Visuais
Muitas da nossas crianças
com dificuldades de fala e linguagem beneficiam do uso de imagens, sinais e
outros recursos visuais para apoiar as suas habilidades comunicativas.
A organização diária ou os horários visuais são uma opção a ponderar muitas vezes.
Crianças com Síndrome de Dravet apresentam múltiplas convulsões que afetam a sua organização global causando uma destruturação generalizada.
A informação visual ajuda a estruturar e a reduzir a ansiedade, mostrando às crianças o que vai acontecer ao longo do seu dia, o que vai ajudar a serem cada vez mais independentes e autónomos.Os recursos visuais permitem, ainda, explorar a linguagem e ajudá-los a aprender palavras que estão correlacionadas com as atividades, assim como, comunicar de forma mais clara e eficiente com os outros.
A organização diária ou os horários visuais são uma opção a ponderar muitas vezes.
Crianças com Síndrome de Dravet apresentam múltiplas convulsões que afetam a sua organização global causando uma destruturação generalizada.
A informação visual ajuda a estruturar e a reduzir a ansiedade, mostrando às crianças o que vai acontecer ao longo do seu dia, o que vai ajudar a serem cada vez mais independentes e autónomos.Os recursos visuais permitem, ainda, explorar a linguagem e ajudá-los a aprender palavras que estão correlacionadas com as atividades, assim como, comunicar de forma mais clara e eficiente com os outros.
O horário visual é de fácil elaboração.É uma mais valia
recorrer ao Terapeuta da Fala.
Há que reunir um conjunto de cartões, com símbolos, imagens ou fotografias de ações diárias da criança. Estas devem ser dispostas pela ordem em que vão acontecer ao longo do dia, mostradas à criança e nomeadas enquanto apontamos para o que irá ser feito.
Quando a primeira atividade é concluída, deve ser retirada do horário. Em seguida, mostramos a próxima imagem da ação que se segue. Repetir o procedimento para cada atividade.
O objetivo é que a criança possa ver ou aceder de forma autónoma ao seu horário.
Há que reunir um conjunto de cartões, com símbolos, imagens ou fotografias de ações diárias da criança. Estas devem ser dispostas pela ordem em que vão acontecer ao longo do dia, mostradas à criança e nomeadas enquanto apontamos para o que irá ser feito.
Quando a primeira atividade é concluída, deve ser retirada do horário. Em seguida, mostramos a próxima imagem da ação que se segue. Repetir o procedimento para cada atividade.
O objetivo é que a criança possa ver ou aceder de forma autónoma ao seu horário.
Há algumas aplicações de horários visuais. Uma delas é
a ChoiceWorks. Este tem biblioteca
com símbolos e permite colocar as nossas próprias imagens/fotografias
(infelizmente é paga e não há em Português).
As pistas/ horários
visuais podem ser uma ótima maneira das nossas crianças se estruturarem,
organizarem e compreenderem o mundo à sua volta.
Não esquecer... com simplicidade o mundo fica mais fácil de ser compreendido!
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